A escola da Júlia tem 3 avaliações no ano. A avaliação vem acompanhada de algumas atividades desenvolvidas em sala, com base nos temas propostos para a turma. Além de informar se a criança teve desenvolvimento em várias áreas, em uma espécie de relatório, tem ainda uma avaliação pessoal da criança, feita pela professora.
Agora que recebi a terceira avaliação, achei engraçado publicar aqui.
1. Avaliação primeiro trimestre:
A Júlia é uma criança carinhosa, meiga e comunicativa. Apresenta um vocabulário rico e espressa-se com facilidade. É curiosa, pergunta sobre tudo. Adora cantar e ouvir histórias infantis. É participativa e geralmente enriquece as aulas com os seus relatos. Não gosta muito das atividades de colorir e desenhar, dispersando-se com facilidade. Não apresentou dificuldades cognitivas. Seu comportamento é bom, é obediente e muito prestativa com seus amigos, mas em alguns momentos mostrou-se um pouco impulsiva, chegando a morder e bater nos amigos. Depois dos cometidos, fica muito sentida, se desculpa e dá beijos nos mesmos. Esta questão vem sendo trabalhada dia-a-dia e ela tem demonstrado avanços, porém se faz necessário continuar estimulando-a.
A sua adaptação foi um pouco tumultuada no início, porém hoje mostra-se segura entre os seus colegas e com as professoras. Em geral alimenta-se bem.
Ou seja, no começo, ela teve algumas alterações de comportamento, nada grave.
2. Avaliação segundo trimestre (preparem-se):
Neste trimestre a Júlia continuou apresentando um bom desenvolvimento. Participou das vivências e atividades de registro propostas mostrando-se muito curiosa, questionando o "porque" de tudo. Verbalmente expressa-se muito bem e com grande facilidade, entretanto não consegue utilizar-se do diálogo como meio para a solução dos pequenos conflitos com os colegas, dividir e partilhar materiais e objetos.
Mostra-se ainda muito autoritária (a quem puxou essa menina? : - r ) não aceitando qualquer opinião diferente da sua. Quando surgem estas situações, têm resolvido-as na base da força. Arranca objetos da mão dos amigos, bate, morde (!!) quem estiver por perto, na tentativa de resolver a questão e quando percebe que não consegue alcançar seu objetivo, finge chorar gritando alto na tentativa de chamar a atenção para si. (ah, se a Globo descobre...!)
Procuramos conversar e mostrar outras possibilidades para a solução dos conflitos cotidianos (é importante que os pais reforcem esta questão em casa também (temos reforçado, não imagina como!!)).
3. Avaliação terceiro trimestre:
Neste trimestre a Júlia apresentou um bom desenvolvimento cognitivo, boa atenção/concentração/memorização, realizando suas atividades com empenho, dedicação e capricho. É uma criança carinhosa e atenciosa com os amigos. Adora ser prestativa com os mesmos.
Demonstra certa liderança em suas atividades, mas se frustra se não consegue o que quer (ô). Em alguns momentos apresentou dificuldades em aceitar as pequenas regras e limites necessários para o bom convívio escolar (geralmente nos dias em que ela está mal humorada), bem como não divide brinquedos e materiais de uso comum da sala (aiaiai).
Adora ouvir histórias e brincar na casinha de bonecas.
Continua se fazendo necessário o reforço familiar no que diz respeito a imposição de regras e limites claros para a Júlia, bem como o não relaxamento diante de suas atitudes imediatistas.
Tenho certeza de que no próximo ano avançará ainda mais.
Enfim, até fiquei satisfeita com o resultado do terceiro trimestre, visto o que veio no segundo. Fiquei realmente furiosa com a segunda avaliação (que fique claro - com o comportamento dela, não com as considerações da escola). A Júlia não é uma criança fácil, mas também não é das mais difíceis. Acho que fica na média. Precisa de uns castigos e duras reprimendas às vezes. E é teimosa. E muito. Tem dias que ficamos numa luta de uns 15 minutos até ela dizer "por favor" para ganhar um simples suco ou colocarmos o dvd pedido.
Confesso que com essas avaliações ou quando ela dá um piti público (sorte que eles não são muito comuns, ela prefere espetáculos caseiros...), eu sempre penso: esse povo deve achar que eu sou uma banana com ela. Mas enfim, acho que estamos fazendo um bom trabalho, na maioria das vezes. O que não exclui, naturalmente, um ou outro deslize. Mas quem disse que educar é fácil?